3 de jan. de 2012

O MASSACRE DOS MAYAPENAS ALIADOS DOS MANAUS


Em 06 de julho de 1728 as tropas portuguesas dando continuidade ao massacre das nações indígenas resistentes cercaram a aldeia e trucidaram a nação dos mayapenas. Desta guerra temos o croqui da aldeia dos mayapenas e o relatório das operações
Mapa da aldeia do principal Majuri. - Este croqui mostra a aldeia dos índios Mayapenas, aliados dos Manaus, cercados por tropas portuguesas. Os números 3 indicam pedras. Os números 1 indicam guaritas. As letras indicam posições de grupos de combate de soldados portugueses. Esta batalha começou no dia 06 de julho de 1728. (Cf. Mapoteca do Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa. Seção de cartografia e iconografia Mapa nº 366 Catálogo de Castro de Almeida. Caixa 1. Doc. nº 1).

(Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa. Documentos
Avulsos do Rio Negro.Caixa 1. Doc. Nº 1)

Explicação do MapaJunto da Aldéa do Principal Majuri, aqual Seachava fundada na forma seguinte

"Chegou aTropa emq foy por Cabo oCapitão João Paes do Amaral a Aldea, do PrincipalMajuri em 6 de julho do prezte anno de 1728, e logo em o mesmo dia expedio aoAjudante Thomas Teixra. a por a Aldea Em citio, q se achava cituada sobre umapedra, q em redondo se julga ter tres coarta delegoa pouco mais ou menos,descobrindoce della mta pte do Rio Negro, e varias aldeas vezinhas dePrincipaes pares (parentes) amos (amigos) ealiados do Principal Majuri: no cumedesta pedra estão mtos cãpos (campos) q a natureza obrou estando a aldeaformada com dobradas fortificações de sercas de madeira tão fortes, quecombatidos com ballas de artilhara, senão pode abrir brexa pa. abalruarada.(dita) Aldea que esteve em citio doze dias, em o fim dos quaes se arrojarãoos defensores a sahir della por lhes faltar a agoa pella falta q tinhão delladentro da Aldea aonde se matou hum grande no de gentio dezertando o Mayor pa asptes que detriminavão fugir fazendo-o com as armas de fogo nas mãos e zagaias,emcuja ocazião se mostrou o Principal Cabã Ca bari, com valor conhecidocauzando enveja aos valerozos soldados.
Pello ABC sedeclara as ptes e senuaes do dto Mapa: Na letra A, ocupava o Ajudante ThomasTeyxeyra com alguma infantra guarnecendo a Cortina que ficava no camo (caminho)que dece ao rio dagoa de beber; aonde se poem a letra B, mostra aparte do rionegro; na letra C, guarnecia o soldado Narcizo de Souza com se us companhros; pellapte do camo do porto, na letra D, guarnecia o Alferes Manoel da Cunha por cabodos mais soldados; na letra E, guarnecia o soldado Balthezar Soares com seuscompanhros. na letra F, guarnecia o Alferes Angelico Ribeiro com sua Companha,na letra G, se poz o soldado Julio de Seyxas por cabo de alguns soldados; naletra H, sepoz o Principal Cabã Cabari, donde perigozamente se vio pelejandocom hum conhecido valor, abrindo brexa na trinxa com grande risco de sua vida;na letra l, guarnecia o soldado Frco Portilho, e os soldados q com elleestavão: no lugar L, sepoz de guarnição o soldado Joseph de Matos com seuscompanhros
Eos no de 3 sãopedras q se achavão no cume da aldea, as cifras pretas são escarpas da Aldea, ono 1, as guaritas; he ainformação serta q Sedá da Aldea de clarada" . (Cf.Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa. Documentos avulsos do Rio Negro. Caixa1. Doc. nº 1)
Na verdade esta“Explicação do Mapa Junto da Aldéa do Principal Majuri” é um Relatório deCampanha acompanhado do croqui da operação, tradição castrense que remonta àsLegiões Romanas. A primeira parte do relatório faz a descrição do teatro dasoperações do combate. Na segunda parte do relatório se descreve o dispositivoda tropa no território ocupado e por fim o relatório apresenta uma LegendaDescritiva para se entender o cenário da operação.
O Massacre dosmanaus e dos mayapenas é bastante significativo para mostrar as contradições daimplantação na Amazônia da (in)feliz lusitânia. Uma vez definida a situação doRio Negro e do seu afluente o Rio Branco como áreas estratégicas para assegurara presença lusitana na Amazônia devia-se fixar os limites territoriais dessasoberania organizando os núcleos de povoamento.
Esta era a tarefafundamental para a construção da Amazônia lusitana e esta obra só poderiarealizar-se com o consentimento e o concurso das nações indígenas, posto que osportugueses não conheciam a região e nem sabiam como nela sobreviver. Daí aeliminação pura e simples não só dos manaus como de todas as outras nações indígenaspotenciais aliadas dos concorrentes na apropriação do território amazônida.
Mas, ao mesmo tempoem que combatiam os índios que se opunham à dominação tinham que fazer aliançaspolíticas e econômicas para povoar e construir as cidades que ao nível internoasseguravam o exclusivismo colonial e ao nível externo, juridicamente nasrelações internacionais, asseguravam a posse desses territórios para o Estadoportuguês.

Nenhum comentário:

Postar um comentário