4 de abr. de 2012

O MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO


     
      Ultrapassando a rotina do dia a dia; excedendo os limites territoriais de sua existência; indo além da percepção direta de seus sentidos os homens colocaram para si, em todos os recantos da Terra, as questões fundamentais da vida e da morte; da natureza e da sociedade; dos seres visíveis e invisíveis.
        Os historiadores colocam nos séculos VI e VII antes de Jesus Cristo o momento em que em vários lugares da Terra surgiram ideias articuladas a partir das quais se estabelecem as bases para o desenvolvimento da razão humana em direção ao futuro.
      Na China o taoismo assenta o grande princípio da ordem universal. Confúcio define a busca de um caminho superior (Tao) como forma de viver bem e em equilíbrio entre as vontades da Terra e as do céu propondo uma sociedade e uma pessoa virtuosa que orientam a ética e a razão chinesa até hoje.
     Na Índia o hinduísmo através do livro sagrado “Os Vedas” mostrou as verdades eternas reveladas pelos deuses: a ordem que rege as coisas e os seres tratando também sobre a origem da natureza e do mundo.
No Oriente Médio os hebreus conceberam a noção de um Deus único, criador, senhor e sustentador de todas as coisas.
         O que se deve observar é que inicialmente, resolvidas as questões relativas à sua sobrevivência material, o que sem dúvida lhes dá oportunidade de desenvolver os primeiros conhecimentos técnicos, os homens colocam para si as questões fundamentais da própria existência.
Daí advindo, para a maioria dos autores, o conhecimento mítico, o conhecimento religioso, o conhecimento filosófico e o conhecimento científico. O grande desafio atual é conciliar o chamado conhecimento tradicional com o conhecimento científico.
     A civilização cristã ocidental percorreu um longo caminho até chegar à forma atual da sua maneira de pensar e raciocinar.
        A partir do renascimento e com a consolidadação da sociedade capitalista tornou-se hegemônica a forma de praticar a ciência que tomou o nome de positivismo.
Entretanto existe uma outra maneira de se entender e fazer ciência que é o materialismo histórico e dialético ou como dizem outros um método histórico e social.
         O materialismo histórico e dialético parte da dimensão dinâmica da realidade dos seres. É uma forma de pensar a realidade em constante mudança.
      Para o materialismo histórico e dialético existe uma ligação intrínseca entre a sociedade e a natureza de forma que é impossível entender a vida da sociedade humana fora de sua ligação com a natureza.
        Foi no seu relacionamento com a natureza através do trabalho produzindo e utilizando ferramentas que o homem evoluiu, se separou e se distinguiu dos outros animais desenvolvendo o cérebro e adquirindo outras características próprias.
      Entre estas características se destacam a comunicação articulada pela linguagem e a sociabilidade.  
        Dinstinguindo-se e separando-se dos outros animais o homem se torna um ser social.
       O materialismo histórico e dialético parte do princípio de que os fatos humanos são historicamente determinados e que estas determinações cientificamente observadas e analisadas permitem e garantem a interpretação e o conhecimento desses fatos podendo até descobrir suas leis.
     O materialismo é dialético porque considera que o mundo é por sua natureza material existindo independentemente das sensações humanas. O materialismo histórico e dialético considera ainda que a matéria se encontra em contínuo movimento que se realiza no espaço e no tempo.
     O movimento, o espaço e o tempo são as formas fundamentais de existência da matéria. Deve-se observar que o materialismo histórico e dialético entende o movimento como todas as transformações que ocorrem no universo desde os mecanismos mais simples da natureza aos processos mais complexos do pensamento humano.
Historicamente determinados significa que os fatos sociais são criados por pessoas que têm interesses individuais e da classe a que pertencem. São esses interesses sociais, políticos, econômicos conflitantes e divergentes entre as classes sociais que fazem a humanidade caminhar em direção ao futuro.
       É nesse caminhar coletivo onde ocorrem os processos sociais econômicos e políticos que determinam as transformações históricas. A geografia e a história de uma sociedade não se faz individualmente.
      O materialismo histórico e dialético demonstrou que os fatos humanos são produzidos em condições objetivas concretas onde os homens pensam e realizam suas ações.
     As primeiras ações humanas no sentido de prover a própria sobrevivência colocam os homens em relação com a natureza iniciando o processo de construção do território humano através do trabalho.
     É preciso enfatizar que a relação dos homens e das mulheres com a natureza no sentido de prover a própria sobrevivência não se dá de forma individualizada e sim de forma coletiva, socializada.
     Isso nos aponta que a sobrevivência atual dos seres humanos, em face dos gravíssimos problemas criados pelos processos produtivos, particularmente pelo capitalismo exige soluções coletivas globais.  
    Procedimentos individuais, isolados podem até ajudar, mas o tamanho do problema é de tal ordem que exigem soluções globais.
       Nesse trabalho de construção da própria territorialidade os homens criam organizações, instituições, (a família, por exemplo), ideias, valores e símbolos que dão sustentação e legitimidade a essas instituições e práticas. São as chamadas ideologias.
       Portanto, o materialismo histórico e dialético mostrou a alta correlação positiva existente entre a base material das edificações, construções e instituições produzidas pelos homens e as ideias, valores e práticas utilizados para justificarem e legitimarem essas instituições e situações.
      Concluindo afirmamos que a ciência se coloca na História da Humanidade tentando dar explicações verdadeiras aos fenômenos que envolvem toda a existência humana e a natureza.
      É nessa busca apaixonada e apaixonante que o homem tenta libertar-se de todas as alienações e entraves que o escravizam e o impedem de encontrar a plena felicidade. Não tenhamos dúvida ou temores: “A VERDADE NOS LIBERTARÁ”.

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