28 de jun. de 2013

METODOLOGIA CIENTÍFICA


Ultrapassando a rotina do dia a dia; excedendo os limites territoriais de sua existência; indo além da percepção direta de seus sentidos os homens colocaram para si, em todos os recantos da Terra, as questões fundamentais da vida e da morte; da natureza e da sociedade; dos seres visíveis e invisíveis.
Os historiadores colocam nos séculos VI e VII antes de Jesus Cristo o momento em que em vários lugares da Terra surgiram ideias articuladas a partir das quais se estabelecem as bases para o desenvolvimento da razão humana em direção ao futuro.
Na China o taoismo assenta o grande princípio da ordem universal. Confúcio define a busca de um caminho superior (Tao) como forma de viver bem e em equilíbrio entre as vontades da Terra e as do céu propondo uma sociedade e uma pessoa virtuosa que orientam a ética e a razão chinesa até hoje.
Na Índia o hinduísmo através do livro sagrado “Os Vedas” mostrou as verdades eternas reveladas pelos deuses: a ordem que rege as coisas e os seres tratando também sobre a origem da natureza e do mundo.
No Oriente Médio os judeus conceberam a noção de um Deus único, criador, senhor e sustentador de todas as coisas.
O que se deve observar é que inicialmente, resolvidas as questões relativas à sua sobrevivência material, o que sem dúvida lhes dá oportunidade de desenvolver os primeiros conhecimentos técnicos, os homens colocam para si as questões fundamentais da própria existência.
Daí advindo, para a maioria dos autores, o conhecimento mítico, o conhecimento religioso, o conhecimento filosófico e o conhecimento científico. O grande desafio atual é conciliar o chamado conhecimento tradicional com o conhecimento científico.
A civilização cristã ocidental percorreu um longo caminho até chegar à forma atual da sua maneira de pensar, raciocinar e de fazer ciência.
Com a consolidação da sociedade capitalista tornou-se hegemônica a forma de praticar a ciência que tomou o nome de positivismo.
Esta OFICINA terá como ponto de partida espaço/temporal o momento em que a civilização ocidental viveu um momento conhecido historicamente como RENASCIMENTO.
A Idade Média - a partir do século XI até o Renascimento, nas questões relativas ao conhecimento humano, no ocidente, prevalece o que ficou conhecido como Escolástica.
A escolástica foi a tentativa de conciliar a fé cristã com a razão, representada pelos princípios da filosofia clássica grega, em especial os ensinamentos de Platão e Aristóteles. Desenvolve-se a partir da filosofia patrística, elaborada pelos padres os Doutores da Igreja Católica, que faz a primeira aproximação entre o cristianismo e uma forma racional de organizar a fé e seus princípios, baseada no platonismo. Com a escolástica, a filosofia medieval continua ligada à religião, uma vez que são as questões teológicas que suscitam a discussão filosófica.
A fase inicial da escolástica é profundamente influenciada pelo pensamento de Santo Agostinho (354-430), o mais importante nome da filosofia patrística. Retomando os princípios do platonismo, entre eles o de que há uma verdade absoluta acima das verdades particulares, Santo Agostinho vê na revelação divina o meio pelo qual a verdade é introduzida no espírito humano.
O período mais importante da escolástica corresponde ao do desenvolvimento do tomismo, doutrina cristã criada no século XIII por São Tomás de Aquino (1224-1274), com base na filosofia aristotélica. Para São Tomás de Aquino e para seus seguidores, há duas ordens de conhecimento: o sensível e o intelectual, sendo que o intelectual pressupõe o sensível. A impressão que um objeto deixa na alma é chamada de conhecimento sensível. O conhecimento intelectual considera apenas as características comuns entre os objetos e elabora o conceito.
Sobre as relações entre filosofia e teologia, São Tomás de Aquino afirma que a filosofia é conhecimento e demonstração racionais, que parte de princípios evidentes e chega a conclusões inteligíveis. Já a teologia é fundada sobre a revelação divina, da qual não se pode duvidar. A revelação, porém, prevalece quando há contradição entre a verdade intelectual e a verdade revelada.
A escolástica entra em crise no final da Idade Média, por volta do século XIV, período marcado pelo surgimento do humanismo renascentista, pelas novas descobertas científicas e pela Reforma Protestante. Entretanto, sobrevive na era moderna como o pensamento cristão tradicional o neo-tomismo.
O Renascimento - A partir do Renascimento se começa criticar a maneira como se procurava explicar os fenômenos da natureza. Usava-se muita razão, muita lógica, muito sistema bem organizado, mas se descuidaram da observação e não se controlavam os fatos que se queria explicar. Foram Francisco Bacon e Galileu Galilei que trabalharam para nos dar um método diverso e que chamamos hoje de método experimental. Sucintamente este método consiste no seguinte:
1º observar os fatos;
2º levantar hipóteses explicativas dos mesmos;
3º retornar a experiência para verificar se as hipóteses estão
certas, de acordo com os fatos.
Aos poucos vai se firmando como científico somente aquilo que procurava as leis do mundo físico e que prova suas afirmações com o controle dos fatos. Com isso somente a física adquiriu foros de ciência.
Mas com a adoção do método da física nas outras pesquisas também estas outras pesquisas passam a ter o status de ciências de tal forma que quando falamos hoje de ciência entendemos o tipo de conhecimento que de alguma forma usa o método experimental.
As ciências humanas procuraram então se enquadrar em um método semelhante ao da física para serem chamadas ciências. Neste contexto as ciências adquiriram algumas características.
Características da Ciência Moderna - A primeira característica é a matematização ou quantificação, ou seja, as qualidades e propriedades da natureza passam a ser medidas por uma linguagem simbólica muito precisa, de compreensão universal unívoca: 50mm, 9km, 120 4kg e etc....
Uma outra característica da ciência moderna é o caráter seletivo. Isso quer dizer que para fazer uma hipótese explicativa o cientista tem que selecionar os elementos e variáveis com que vai tratar, ou seja, tem que escolher as variáveis que vão ficar sob controle. Por esse procedimento do dado particular, pode o cientista chegar a uma Lei Geral.
Outra característica da ciência moderna é o seu caráter aproximativo. Esta característica diz respeito a tentativas de interpretar ou representar plasticamente os fatos ou fenômenos estudados. Toda vez que uma teoria científica cria uma explicação para um fato ou fenômeno, na sua linguagem simbólica inventa e interpreta como se o símbolo substituísse a realidade. São os chamados modelos explicativos.
A ciência moderna, como não podia deixar de ser, tem também um caráter progressivo acumulativo, os conhecimentos vão se acumulando e se aperfeiçoando, e as teorias vão sendo reelaboradas.
Existe ainda uma característica ligada ao caráter quantitativo da ciência moderna que é a exatidão. A ciência é exata precisamente na sua formulação unívoca, e tem que ser unívoca exatamente pela dependência dos seus resultados. É este modelo de fazer ciência que ficou conhecido como positivismo.
Positivismo - Para o positivismo a ciência é a única forma válida de conhecimento. As descobertas científicas dando novas explicações sobre a natureza, sobre a sociedade e sobre as homens justificaram a conclusão de que a única filosofia verdadeira era a própria ciência.
O positivismo considerando os fracassos da filosofia propõe o domínio do homem sobre a natureza através da ciência e que a ciência seja a base da organização da sociedade humana.
Os positivistas tem uma concepção dinâmica da natureza. Os fenômenos se sucedem num processo evolutivo e ininterrupto do mundo inferior, inorgânico, passando por uma série progressiva de formações intermediárias, cada vez mais complexas até atingir o mundo superior, o mundo humano.
O positivismo trouxe para a sociedade humana as mesmas leis encontradas no mundo animal legitimando a supremacia dos mais fortes sobre os mais fracos através da concorrência. Daí advém uma série de outras consequências perversas para a convivência humana e para o funcionamento e relacionamento das sociedades e nações como, por exemplo, a legitimidade da destruição e invasão do território dos mais fracos se os mais fortes se sentirem ameaçados.
O materialismo positivista procura adquirir um conhecimento exato do homem como ser social empregando, para isso, o método das ciências experimentais. Como as ciências são aptas para formular as leis relativas ao desenvolvimento dinâmico da realidade natural, devem ser aptas também para formular a leis relativas ao desenvolvimento social humano.
O paradigma da análise positivista - Os positivistas lutam pela integração, pelo consenso, e pela harmonia social analisando a sociedade segundo o seguinte paradigma:
1 - A sociedade é um organismo, regulado por leis naturais, cujas partes são mutuamente dependentes, como um organismo vivo,
2 - O funcionamento tranquilo de todo o corpo depende do bom funcionamento de todas as partes constitutivas. Qualquer patologia em uma das partes pode levar todo o corpo à morte;
3 - Cada órgão isolado desempenha uma função específica, mas deve estar conectado e integrado para o bom desempenho de todo o corpo social.
A normalidade da sociedade positivista é o funcionamento ordeiro, integrado, harmonioso e consensual das partes que compõem o corpo social. Por fim,
4 - Os positivistas consideram a importância que todos têm para o funcionamento harmonioso do corpo social e que, portanto cada um deve aceitar resignado e naturalmente desempenhar a própria função na sociedade.

Para as positivistas, os conflitos sociais, as contradições da sociedade, são fenômenos marginais, imperfeições - o natural é a saúde do corpo, não sua doença. Na comparação positivista entre a sociedade e o organismo biológico, a tendência natural é que as partes constitutivas do todo, ainda que diferenciadas, cooperem no sentido da manutenção da saúde do corpo. Se é natural que o corpo tenda a normalidade, todos os sintomas que possam comprometer sua saúde são patologias, anormalidades.
Para Durkheim uma das maiores expressões do Positivismo, a raiz dos problemas sociais não é de natureza econômica, mas sim em relação a fragilidade da moral e ao estado de anomia, ou seja, a inexistência ou insuficiência de regulamentação, uma indeterminação jurídica. Daí a necessidade de regulamentações.
Durkheim remete a solução dos problemas sociais para a moral e o direito. Se cada um cumprir sua função de maneira apropriada, o todo, a sociedade funcionará de forma integrada: trata-se da solidariedade orgânica. Isto, em termos políticos, se traduz na defesa de uma proposta corporativa que nega a sociedade como dividida em classes sociais.
Segundo Durkheim "O que é necessário, para que reine a ordem social, é que o conjunto dos homens se contente com seu destino”.
Entre os positivistas tem lugar de destaque também Charles Darwin que em 1831, participa, como naturalista, de uma expedição de volta ao mundo quando obtém informações para fundamentar a Teoria da Evolução das Espécies, publicada em 1859 no livro A Origem das Espécies, na qual afirma que o meio ambiente seleciona os seres mais aptos e elimina as menos dotados.
O positivismo pode ser entendido no duplo aspecto de um método científico e uma concepção filosófica do mundo. Na verdade existe uma íntima correlação entre esses dois aspectos.
As bases do Positivismo foram colocadas por Saint-Simon em suas obras: Introdução aos Trabalhos Cientificos do século XIX publicada em 1808.
O principal teórico do Positivismo é na verdade Augusto Comte (1798-1856). Em 1830 publica o "Curso de Filosofia Positivista", onde desenvolve a nova ciência da humanidade e cria uma nova religião, a religião da humanidade. A parte da obra de Augusto Comte que teve mais repercussão entre seus contemporâneos e ainda hoje, foi a que trata do valor e da função da ciência.
Augusto Comte admite que todo universo procede da matéria por via de evolução e o homem é produto da evolução da matéria. Quando a evolução atingiu o estágio humano teve inicio a história. As fases da história segundo Comte são: religiosa, filosófica e científica.
Na religião o homem explica os fenômenos naturais pelas causas sobrenaturais. Na fase filosófica, a fase crítica a explicação é dada por princípios; na fase positiva as explicações decorrem das leis naturais que explicam por si sós os fenômenos.
A história do homem, segundo Comte resume-se em ter sido teólogo na infância, metafísico na juventude e físico na idade adulta.
Sistematizando suas reflexões sobre a humanidade, Comte concluiu que a humanidade é o único Deus que merece o nosso culto. A humanidade é o grande ser enquanto "conjunto dos seres passados, futuros e presentes que concorrem livremente para o aperfeiçoamento da ordem universal".
Quanto ao aspecto filosófico da obra de Augusto Comte é importante considerar o seu último escrito dedicado a filosofia Matemática (1856), onde, tentando associar a ciência da natureza ao sentimento introduz a trindade positivista. Ao lado do "Grande Ser" que é a humanidade, Comte coloca como objeto de adoração o "Grande Fetiche" a Terra, e o Grande Meio, o Espaço.
Concluindo, Comte afirma que a humanidade está em contínuo progresso realizando um aperfeiçoamento constante com a preponderância crescente das tendências mais nobres da natureza. A humanidade tende a unidade política quando será governada por uma corporação de filósofos positivistas.
Finalmente, a humanidade é guiada por uma só lei moral: viver para os outros. O homem tem instintos altruístas que a educação positivista pode desenvolver progressivamente.
As regras básicas do método positivista - A primeira regra parte da afirmação de que "a verdadeira observação é a única base possível dos conhecimentos". A partir disso afirma que "toda proposição que não possa reduzir-se estritamente ao simples enunciado de um fato, particular ou geral, não pode oferecer nenhum sentido real e inteligível".
A Segunda regra se refere a necessidade de reduzir a pesquisa somente aos fenômenos "renunciando a descobrir sua origem primeira e o seu destino final".
O conhecimento positivo recusa o conhecimento absoluto e afirma que o conhecimento deve permanecer sempre relativo à nossa organização e à nossa situação, de modo que as especulações racionais não podem ter nunca a certeza absoluta que os metafísicos suponham.
Finalmente a terceira regra propõe a previsão racional como destino e objetivo das leis positivas. “O verdadeiro espírito positivo procura as leis dos fenômenos". Deve-se salientar que a verdadeira ciência "longe de ser formada por simples observações, tende sempre a dispensar, por quanto for possível, a exploração direta, substituindo-a pela previsão racional que constitui, em todos os aspectos a principal característica do espírito positivo".
Deste modo, o verdadeiro espírito positivo consiste antes de tudo em ver para prever, em estudar o que é a fim de concluir o que será, segundo o dogma da invariabilidade das leis naturais.
Estas regras do método Positivista aparecem repetidas de uma maneira ou de outra nos vários seguidores do Positivismo cotidiano, mas tem particular destaque a obra de John Stuart Mill, System of Logic, de 1843, que e o texto clássico da lógica indutiva positivista.
A possibilidade de realizar previsões é o objetivo essencial do método positivista e deriva do postulado de que há uma ordem constante e necessária nos fenômenos da natureza.
Estas previsões sendo possíveis na natureza deverão também ser possíveis na sociedade humana.
0 modelo ideal da ciência está nas ciências da natureza e em particular da biologia. Augusto Comte pretendeu mesmo a construção de uma física social como outros pretenderam elaborar uma biologia social.
Segundo o Materialismo Positivista só existe a realidade natural da qual o mundo físico e psíquico são duas faces ou manifestações distintas da mesma realidade.
A vida humana é reduzida a um complexo de fenômenos físico-químicos. Os fatos psicológicos são considerados como funções cerebrais, ou emanações do cérebro tal qual a segregação biliar do fígado.
Positivismo no Brasil - O positivismo teve uma fortíssima influência nos ideais dos republicanos brasileiros. Entre os quais se destacam Miguel Lemos, Teixeira Mendes e Benjamin Constant. Os governos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto colocaram as marcas dos ideais positivistas na República Brasileira que foram eternizados na bandeira nacional: ordem e progresso.

A abordagem Histórico dialética - Outra maneira de entender e fazer ciência é o materialismo histórico e dialético. O materialismo histórico e dialético parte da dimensão dinâmica da realidade dos seres.
É uma forma de pensar a realidade em constante mudança: "não se pode conceber o mundo como um conjunto de coisas acabadas, mas como um conjunto de processos".
Para o materialismo histórico e dialético existe uma ligação intrínseca entre a sociedade e a natureza de forma que é impossível entender a vida da sociedade humana fora de sua ligação com a natureza.
O trabalho entra na história da humanidade como uma forma universal dos homens e das mulheres se relacionarem com a natureza.
Foi no seu relacionamento com a natureza através do trabalho produzindo e utilizando ferramentas que o homem evoluiu, se separou e se distinguiu dos outros animais desenvolvendo o cérebro e adquirindo outras características próprias.
Entre estas características se destacam a comunicação articulada pela linguagem e a sociabilidade. Dinstinguindo-se e separando-se dos outros animais e comunicando-se com seus semelhantes o homem se torna um ser social.
O materialismo histórico e dialético parte do princípio de que os fatos humanos são historicamente determinados e que estas determinações cientificamente observadas e analisadas permitem e garantem a interpretação e o conhecimento desses fatos podendo até descobrir suas leis.
O materialismo é dialético porque considera que o mundo é por sua natureza material existindo independentemente das sensações humanas. O materialismo histórico e dialético considera ainda que a matéria se encontra em contínuo movimento que se realiza no espaço e no tempo.
O movimento, o espaço e o tempo são as formas fundamentais de existência da matéria. Deve-se observar que o materialismo histórico e dialético entende o movimento como todas as transformações que ocorrem no universo desde os mecanismos mais simples da natureza aos processos mais complexos do pensamento humano.
Historicamente determinados significa que os fatos sociais são criados por pessoas que têm interesses individuais e da classe a que pertencem. São esses interesses sociais, políticos, econômicos conflitantes e divergentes entre as classes sociais que fazem a humanidade caminhar em direção ao futuro.
É nesse caminhar coletivo onde ocorrem os processos sociais econômicos e políticos que determinam as transformações históricas. A história não se faz individualmente.
O materialismo histórico e dialético demonstrou que os fatos humanos são produzidos em condições objetivas concretas onde os homens pensam e realizam suas ações.
As primeiras ações humanas no sentido de prover a própria sobrevivência colocam homens e mulheres em relação com a natureza iniciando o processo de construção do território humano através do trabalho.
É preciso enfatizar que a relação dos homens e das mulheres com a natureza no sentido de prover a própria sobrevivência não se dá de forma individualizada e sim de forma coletiva, socializada.
Isso nos aponta que a sobrevivência atual dos seres humanos, em face dos gravíssimos problemas criados pelos processos produtivos, particularmente pelo capitalismo exige soluções coletivas globais. Procedimentos individuais, isolados podem até ajudar, mas o tamanho do problema é de tal ordem que exigem soluções globais.
Nesse trabalho de construção da própria territorialidade os homens criam organizações, instituições, (a família, por exemplo), ideias, valores e símbolos que dão sustentação e legitimidade a essas instituições e práticas. São as ideologias.
Portanto, o materialismo histórico e dialético mostrou a alta correlação positiva existente entre a base material das edificações, construções e instituições produzidas pelos homens e as ideias, valores e práticas utilizados para justificarem e legitimarem essas instituições e situações.
Conclusão – Os estudos arqueológicos nos permitem afirmar que desde as comunidades primitivas aquelas que detinham os conhecimentos dos recursos naturais: os locais de caça e pesca, os caminhos dos frutos e etc.... obtinham vantagens em relação àquelas que ignoravam estes conhecimentos. Assim o simples conhecimento dos recursos para a sobrevivência criavam uma situação de superioridade.
Na sociedade atual que se está chamando de sociedade do conhecimento é a apropriação intelectual dos conhecimentos técnicos e científicos por uma minoria e a negação do acesso a esses conhecimentos para a grande maioria que a minoria privilegiada detentora dos meios de produção e divulgação de conhecimentos assenta seu poder de exploração e dominação. É nesse contexto que se coloca a luta por vagas nas universidades e nos institutos de pesquisa para as classes populares. É nesse contexto que se coloca a necessidade de dominar as técnicas e metodologias de produção e divulgação de conhecimentos científicos.
A ciência se coloca na História da Humanidade tentando dar explicações verdadeiras aos fenômenos que envolvem toda a existência humana, a sociedade e a natureza.
É nessa luta e busca apaixonada e apaixonante que o homem tenta libertar-se de todas as alienações e entraves que o escravizam e o impedem de encontrar a plena felicidade.
Atualmente todo profissional no decorrer de sua formação universitária e no exercício de sua profissão é chamado a elaborar projetos de pesquisa. Desde simples projetos para a conclusão da graduação, os projetos de mestrado e doutorado até os projetos mais complexos nas atividades profissionais.
Atualmente não é suficiente o domínio de conteúdos, das técnicas e dos procedimentos laboratoriais próprios da atividade de cada profissional. É necessário também o domínio das metodologias aplicadas na solução dos problemas enfrentados por outros profissionais. Os chamados aspectos conceituais e metodológicos relativos a todas as ciências relacionados à forma de sistematização da pesquisa científica, a maneira própria da comunicação científica e a própria função da pesquisa científica e do pesquisador na sociedade atual. São os epistemólogos que tratam dessas questões.

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