Ultrapassando a
rotina do dia a dia; excedendo os limites territoriais de sua existência; indo
além da percepção direta de seus sentidos os homens colocaram para si, em todos
os recantos da Terra, as questões fundamentais da vida e da morte; da natureza
e da sociedade; dos seres visíveis e invisíveis.
Os historiadores
colocam nos séculos VI e VII antes de Jesus Cristo o momento em que em vários
lugares da Terra surgiram ideias articuladas a partir das quais se estabelecem
as bases para o desenvolvimento da razão humana em direção ao futuro.
Na China o taoismo
assenta o grande princípio da ordem universal. Confúcio define a busca de um
caminho superior (Tao) como forma de viver bem e em equilíbrio entre as vontades
da Terra e as do céu propondo uma sociedade e uma pessoa virtuosa que orientam
a ética e a razão chinesa até hoje.
Na Índia o
hinduísmo através do livro sagrado “Os Vedas” mostrou as verdades eternas
reveladas pelos deuses: a ordem que rege as coisas e os seres tratando também
sobre a origem da natureza e do mundo.
No Oriente Médio os
judeus conceberam a noção de um Deus único, criador, senhor e sustentador de
todas as coisas.
O que se deve
observar é que inicialmente, resolvidas as questões relativas à sua
sobrevivência material, o que sem dúvida lhes dá oportunidade de desenvolver os
primeiros conhecimentos técnicos, os homens colocam para si as questões
fundamentais da própria existência.
Daí advindo, para a
maioria dos autores, o conhecimento mítico, o conhecimento religioso, o
conhecimento filosófico e o conhecimento científico. O grande desafio atual é
conciliar o chamado conhecimento tradicional com o conhecimento científico.
A civilização
cristã ocidental percorreu um longo caminho até chegar à forma atual da sua
maneira de pensar, raciocinar e de fazer ciência.
Com a consolidação
da sociedade capitalista tornou-se hegemônica a forma de praticar a ciência que
tomou o nome de positivismo.
Esta OFICINA terá como
ponto de partida espaço/temporal o momento em que a civilização ocidental viveu
um momento conhecido historicamente como RENASCIMENTO.
A Idade Média - a partir do século
XI até o Renascimento, nas questões relativas ao conhecimento humano, no
ocidente, prevalece o que ficou conhecido como Escolástica.
A escolástica foi a
tentativa de conciliar a fé cristã com a razão, representada pelos princípios
da filosofia clássica grega, em especial os ensinamentos de Platão e
Aristóteles. Desenvolve-se a partir da filosofia patrística, elaborada pelos
padres os Doutores da Igreja Católica, que faz a primeira aproximação entre o
cristianismo e uma forma racional de organizar a fé e seus princípios, baseada
no platonismo. Com a escolástica, a filosofia medieval continua ligada à
religião, uma vez que são as questões teológicas que suscitam a discussão
filosófica.
A fase inicial da
escolástica é profundamente influenciada pelo pensamento de Santo Agostinho
(354-430), o mais importante nome da filosofia patrística. Retomando os
princípios do platonismo, entre eles o de que há uma verdade absoluta acima das
verdades particulares, Santo Agostinho vê na revelação divina o meio pelo qual
a verdade é introduzida no espírito humano.
O período mais
importante da escolástica corresponde ao do desenvolvimento do tomismo,
doutrina cristã criada no século XIII por São Tomás de Aquino (1224-1274), com
base na filosofia aristotélica. Para São Tomás de Aquino e para seus
seguidores, há duas ordens de conhecimento: o sensível e o intelectual, sendo
que o intelectual pressupõe o sensível. A impressão que um objeto deixa na alma
é chamada de conhecimento sensível. O conhecimento intelectual considera apenas
as características comuns entre os objetos e elabora o conceito.
Sobre as relações
entre filosofia e teologia, São Tomás de Aquino afirma que a filosofia é
conhecimento e demonstração racionais, que parte de princípios evidentes e
chega a conclusões inteligíveis. Já a teologia é fundada sobre a revelação
divina, da qual não se pode duvidar. A revelação, porém, prevalece quando há
contradição entre a verdade intelectual e a verdade revelada.
A escolástica entra
em crise no final da Idade Média, por volta do século XIV, período marcado pelo
surgimento do humanismo renascentista, pelas novas descobertas científicas e
pela Reforma Protestante. Entretanto, sobrevive na era moderna como o
pensamento cristão tradicional o neo-tomismo.
O Renascimento - A partir do
Renascimento se começa criticar a maneira como se procurava explicar os
fenômenos da natureza. Usava-se muita
razão, muita lógica, muito sistema
bem organizado, mas se descuidaram da observação
e não se controlavam os fatos que se queria explicar. Foram Francisco Bacon e
Galileu Galilei que trabalharam para nos dar um método diverso e que chamamos
hoje de método experimental. Sucintamente este método consiste no seguinte:
1º observar os
fatos;
2º levantar
hipóteses explicativas dos mesmos;
3º retornar a
experiência para verificar se as hipóteses estão
certas, de acordo com os fatos.
Aos poucos vai se
firmando como científico somente aquilo que procurava as leis do mundo físico e
que prova suas afirmações com o controle dos fatos. Com isso somente a física
adquiriu foros de ciência.
Mas com a adoção do
método da física nas outras pesquisas também estas outras pesquisas passam a
ter o status de ciências de tal forma que quando falamos hoje de ciência
entendemos o tipo de conhecimento que de alguma forma usa o método
experimental.
As ciências humanas
procuraram então se enquadrar em um método semelhante ao da física para serem
chamadas ciências. Neste contexto as ciências adquiriram algumas
características.
Características da Ciência Moderna -
A primeira característica é a matematização
ou quantificação, ou seja, as qualidades e propriedades da natureza passam a
ser medidas por uma linguagem simbólica muito precisa, de compreensão universal
unívoca: 50mm, 9km, 120 4kg e etc....
Uma outra característica
da ciência moderna é o caráter seletivo.
Isso quer dizer que para fazer uma hipótese explicativa o cientista tem que
selecionar os elementos e variáveis com que vai tratar, ou seja, tem que escolher as variáveis que vão ficar
sob controle. Por esse procedimento do dado particular, pode o cientista
chegar a uma Lei Geral.
Outra
característica da ciência moderna é o
seu caráter aproximativo. Esta
característica diz respeito a tentativas de interpretar ou representar
plasticamente os fatos ou fenômenos estudados. Toda vez que uma teoria
científica cria uma explicação para um fato ou fenômeno, na sua linguagem
simbólica inventa e interpreta como se o símbolo substituísse a realidade. São
os chamados modelos explicativos.
A ciência moderna,
como não podia deixar de ser, tem também um
caráter progressivo acumulativo, os conhecimentos vão se acumulando e se
aperfeiçoando, e as teorias vão sendo reelaboradas.
Existe ainda uma
característica ligada ao caráter quantitativo da ciência moderna que é a
exatidão. A ciência é exata precisamente na sua formulação unívoca, e tem que
ser unívoca exatamente pela dependência dos seus resultados. É este modelo de
fazer ciência que ficou conhecido como positivismo.
Positivismo - Para o
positivismo a ciência é a única forma válida de conhecimento. As descobertas
científicas dando novas explicações sobre a natureza, sobre a sociedade e sobre
as homens justificaram a conclusão de que a única filosofia verdadeira era a
própria ciência.
O positivismo
considerando os fracassos da filosofia propõe o domínio do homem sobre a
natureza através da ciência e que a ciência seja a base da organização da
sociedade humana.
Os positivistas tem
uma concepção dinâmica da natureza. Os fenômenos se sucedem num processo
evolutivo e ininterrupto do mundo inferior, inorgânico, passando por uma série
progressiva de formações intermediárias, cada vez mais complexas até atingir o
mundo superior, o mundo humano.
O positivismo
trouxe para a sociedade humana as mesmas leis encontradas no mundo animal legitimando
a supremacia dos mais fortes sobre os mais fracos através da concorrência. Daí
advém uma série de outras consequências perversas para a convivência humana e
para o funcionamento e relacionamento das sociedades e nações como, por
exemplo, a legitimidade da destruição e invasão do território dos mais fracos
se os mais fortes se sentirem ameaçados.
O materialismo
positivista procura adquirir um conhecimento exato do homem como ser social
empregando, para isso, o método das ciências experimentais. Como as ciências
são aptas para formular as leis relativas ao desenvolvimento dinâmico da
realidade natural, devem ser aptas também para formular a leis relativas ao
desenvolvimento social humano.
O paradigma da análise positivista -
Os positivistas lutam pela integração, pelo consenso, e pela harmonia social
analisando a sociedade segundo o seguinte paradigma:
1 - A sociedade é
um organismo, regulado por leis naturais, cujas partes são mutuamente
dependentes, como um organismo vivo,
2 - O funcionamento
tranquilo de todo o corpo depende do bom funcionamento de todas as partes
constitutivas. Qualquer patologia em uma das partes pode levar todo o corpo à
morte;
3 - Cada órgão
isolado desempenha uma função específica, mas deve estar conectado e integrado
para o bom desempenho de todo o corpo social.
A normalidade da
sociedade positivista é o funcionamento ordeiro, integrado, harmonioso e
consensual das partes que compõem o corpo social. Por fim,
4 - Os positivistas
consideram a importância que todos têm para o funcionamento harmonioso do corpo
social e que, portanto cada um deve aceitar resignado e naturalmente
desempenhar a própria função na sociedade.
Para as positivistas,
os conflitos sociais, as contradições da sociedade, são fenômenos marginais,
imperfeições - o natural é a saúde do corpo, não sua doença. Na comparação
positivista entre a sociedade e o organismo biológico, a tendência natural é
que as partes constitutivas do todo, ainda que diferenciadas, cooperem no
sentido da manutenção da saúde do corpo. Se é natural que o corpo tenda a
normalidade, todos os sintomas que possam comprometer sua saúde são patologias,
anormalidades.
Para Durkheim uma
das maiores expressões do Positivismo, a raiz dos problemas sociais não é de
natureza econômica, mas sim em relação a fragilidade da moral e ao estado de
anomia, ou seja, a inexistência ou insuficiência de regulamentação, uma
indeterminação jurídica. Daí a necessidade de regulamentações.
Durkheim remete a
solução dos problemas sociais para a moral e o direito. Se cada um cumprir sua
função de maneira apropriada, o todo, a sociedade funcionará de forma
integrada: trata-se da solidariedade orgânica. Isto, em termos políticos, se
traduz na defesa de uma proposta corporativa que nega a sociedade como dividida
em classes sociais.
Segundo Durkheim "O
que é necessário, para que reine a ordem social, é que o conjunto dos homens se
contente com seu destino”.
Entre os positivistas
tem lugar de destaque também Charles
Darwin que em 1831, participa, como naturalista, de uma expedição de volta
ao mundo quando obtém informações para fundamentar a Teoria da Evolução das
Espécies, publicada em 1859 no livro A Origem das Espécies, na qual afirma que
o meio ambiente seleciona os seres mais aptos e elimina as menos dotados.
O positivismo pode
ser entendido no duplo aspecto de um método científico e uma concepção
filosófica do mundo. Na verdade existe uma íntima correlação entre esses dois
aspectos.
As bases do
Positivismo foram colocadas por Saint-Simon em suas obras: Introdução aos
Trabalhos Cientificos do século XIX publicada em 1808.
O principal teórico
do Positivismo é na verdade Augusto Comte (1798-1856). Em 1830 publica o
"Curso de Filosofia Positivista", onde desenvolve a nova ciência da humanidade e cria uma
nova religião, a religião da humanidade. A parte da obra de Augusto Comte que
teve mais repercussão entre seus contemporâneos e ainda hoje, foi a que trata
do valor e da função da ciência.
Augusto Comte
admite que todo universo procede da matéria por via de evolução e o homem é
produto da evolução da matéria. Quando a evolução atingiu o estágio humano teve
inicio a história. As fases da história segundo Comte são: religiosa, filosófica
e científica.
Na religião o homem
explica os fenômenos naturais pelas causas sobrenaturais. Na fase filosófica, a
fase crítica a explicação é dada por princípios; na fase positiva as
explicações decorrem das leis naturais que explicam por si sós os fenômenos.
A história do
homem, segundo Comte resume-se em ter sido teólogo na infância, metafísico na
juventude e físico na idade adulta.
Sistematizando suas
reflexões sobre a humanidade, Comte concluiu que a humanidade é o único Deus
que merece o nosso culto. A humanidade é o grande ser enquanto "conjunto
dos seres passados, futuros e presentes que concorrem livremente para o
aperfeiçoamento da ordem universal".
Quanto ao aspecto
filosófico da obra de Augusto Comte é importante considerar o seu último
escrito dedicado a filosofia Matemática (1856), onde, tentando associar a ciência da natureza ao sentimento
introduz a trindade positivista. Ao lado do "Grande Ser" que é a
humanidade, Comte coloca como objeto de adoração o "Grande Fetiche" a
Terra, e o Grande Meio, o Espaço.
Concluindo, Comte
afirma que a humanidade está em contínuo progresso realizando um
aperfeiçoamento constante com a preponderância crescente das tendências mais
nobres da natureza. A humanidade tende a unidade política quando será governada
por uma corporação de filósofos positivistas.
Finalmente, a
humanidade é guiada por uma só lei moral: viver para os outros. O homem tem
instintos altruístas que a educação positivista pode desenvolver
progressivamente.
As regras básicas do método positivista -
A primeira regra parte da afirmação de que "a
verdadeira observação é a única base
possível dos conhecimentos". A partir disso afirma que "toda
proposição que não possa reduzir-se estritamente ao simples enunciado de um
fato, particular ou geral, não pode oferecer nenhum sentido real e
inteligível".
A Segunda regra se
refere a necessidade de reduzir a pesquisa somente aos fenômenos
"renunciando a descobrir sua origem primeira e o seu destino final".
O conhecimento
positivo recusa o conhecimento absoluto e afirma que o conhecimento deve
permanecer sempre relativo à nossa organização e à nossa situação, de modo que
as especulações racionais não podem ter nunca a certeza absoluta que os
metafísicos suponham.
Finalmente a
terceira regra propõe a previsão racional como destino e objetivo das leis
positivas. “O verdadeiro espírito positivo procura as leis dos fenômenos".
Deve-se salientar que a verdadeira
ciência "longe de ser formada por simples observações, tende sempre a
dispensar, por quanto for possível, a exploração direta, substituindo-a pela
previsão racional que constitui, em todos os aspectos a principal
característica do espírito positivo".
Deste modo, o
verdadeiro espírito positivo consiste antes de tudo em ver para prever, em
estudar o que é a fim de concluir o que será, segundo o dogma da
invariabilidade das leis naturais.
Estas regras do
método Positivista aparecem repetidas de uma maneira ou de outra nos vários
seguidores do Positivismo cotidiano, mas tem particular destaque a obra de John
Stuart Mill, System of Logic, de 1843, que e o texto clássico da lógica
indutiva positivista.
A possibilidade de
realizar previsões é o objetivo essencial do método positivista e deriva do
postulado de que há uma ordem constante e necessária nos fenômenos da natureza.
Estas previsões
sendo possíveis na natureza deverão também ser possíveis na sociedade humana.
0 modelo ideal da
ciência está nas ciências da natureza e em particular da biologia. Augusto
Comte pretendeu mesmo a construção de uma física social como outros pretenderam
elaborar uma biologia social.
Segundo o
Materialismo Positivista só existe a realidade natural da qual o mundo físico e
psíquico são duas faces ou manifestações distintas da mesma realidade.
A vida humana é
reduzida a um complexo de fenômenos físico-químicos. Os fatos psicológicos são
considerados como funções cerebrais, ou emanações do cérebro tal qual a
segregação biliar do fígado.
Positivismo no
Brasil - O positivismo teve uma fortíssima influência nos ideais dos republicanos
brasileiros. Entre os quais se destacam Miguel Lemos, Teixeira Mendes e
Benjamin Constant. Os governos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto
colocaram as marcas dos ideais positivistas na República Brasileira que foram
eternizados na bandeira nacional: ordem
e progresso.
A abordagem Histórico dialética -
Outra maneira de entender e fazer ciência é o materialismo histórico e
dialético. O materialismo histórico e dialético parte da dimensão dinâmica da
realidade dos seres.
É uma forma de
pensar a realidade em constante mudança: "não se pode conceber o mundo
como um conjunto de coisas acabadas, mas como um conjunto de processos".
Para o materialismo
histórico e dialético existe uma ligação intrínseca entre a sociedade e a
natureza de forma que é impossível entender a vida da sociedade humana fora de
sua ligação com a natureza.
O trabalho entra na
história da humanidade como uma forma universal dos homens e das mulheres se
relacionarem com a natureza.
Foi no seu
relacionamento com a natureza através do trabalho produzindo e utilizando
ferramentas que o homem evoluiu, se separou e se distinguiu dos outros animais
desenvolvendo o cérebro e adquirindo outras características próprias.
Entre estas
características se destacam a comunicação articulada pela linguagem e a
sociabilidade. Dinstinguindo-se e separando-se dos outros animais e
comunicando-se com seus semelhantes o homem se torna um ser social.
O materialismo
histórico e dialético parte do princípio de que os fatos humanos são
historicamente determinados e que estas determinações cientificamente
observadas e analisadas permitem e garantem a interpretação e o conhecimento
desses fatos podendo até descobrir suas leis.
O materialismo é
dialético porque considera que o mundo é por sua natureza material existindo
independentemente das sensações humanas. O materialismo histórico e dialético
considera ainda que a matéria se encontra em contínuo movimento que se realiza
no espaço e no tempo.
O movimento, o
espaço e o tempo são as formas fundamentais de existência da matéria. Deve-se
observar que o materialismo histórico e dialético entende o movimento como
todas as transformações que ocorrem no universo desde os mecanismos mais
simples da natureza aos processos mais complexos do pensamento humano.
Historicamente determinados
significa que os fatos sociais são criados por pessoas que têm interesses
individuais e da classe a que pertencem. São esses interesses sociais,
políticos, econômicos conflitantes e divergentes entre as classes sociais que
fazem a humanidade caminhar em direção ao futuro.
É nesse caminhar
coletivo onde ocorrem os processos sociais econômicos e políticos que
determinam as transformações históricas. A história não se faz individualmente.
O materialismo
histórico e dialético demonstrou que os fatos humanos são produzidos em
condições objetivas concretas onde os homens pensam e realizam suas ações.
As primeiras ações
humanas no sentido de prover a própria sobrevivência colocam homens e mulheres
em relação com a natureza iniciando o processo de construção do território
humano através do trabalho.
É preciso enfatizar
que a relação dos homens e das mulheres com a natureza no sentido de prover a
própria sobrevivência não se dá de forma individualizada e sim de forma
coletiva, socializada.
Isso nos aponta que
a sobrevivência atual dos seres humanos, em face dos gravíssimos problemas
criados pelos processos produtivos, particularmente pelo capitalismo exige
soluções coletivas globais. Procedimentos individuais, isolados podem até
ajudar, mas o tamanho do problema é de tal ordem que exigem soluções globais.
Nesse trabalho de
construção da própria territorialidade os homens criam organizações,
instituições, (a família, por exemplo), ideias, valores e símbolos que dão
sustentação e legitimidade a essas instituições e práticas. São as ideologias.
Portanto, o
materialismo histórico e dialético mostrou a alta correlação positiva existente
entre a base material das edificações, construções e instituições produzidas
pelos homens e as ideias, valores e práticas utilizados para justificarem e
legitimarem essas instituições e situações.
Conclusão – Os
estudos arqueológicos nos permitem afirmar que desde as comunidades primitivas
aquelas que detinham os conhecimentos dos recursos naturais: os locais de caça
e pesca, os caminhos dos frutos e etc.... obtinham vantagens em relação àquelas
que ignoravam estes conhecimentos. Assim o simples conhecimento dos recursos
para a sobrevivência criavam uma situação de superioridade.
Na sociedade atual
que se está chamando de sociedade do conhecimento é a apropriação intelectual
dos conhecimentos técnicos e científicos por uma minoria e a negação do acesso
a esses conhecimentos para a grande maioria que a minoria privilegiada detentora
dos meios de produção e divulgação de conhecimentos assenta seu poder de
exploração e dominação. É nesse contexto que se coloca a luta por vagas nas
universidades e nos institutos de pesquisa para as classes populares. É nesse
contexto que se coloca a necessidade de dominar as técnicas e metodologias de
produção e divulgação de conhecimentos científicos.
A ciência se coloca
na História da Humanidade tentando dar explicações verdadeiras aos fenômenos
que envolvem toda a existência humana, a sociedade e a natureza.
É nessa luta e
busca apaixonada e apaixonante que o homem tenta libertar-se de todas as
alienações e entraves que o escravizam e o impedem de encontrar a plena
felicidade.
Atualmente todo
profissional no decorrer de sua formação universitária e no exercício de sua
profissão é chamado a elaborar projetos de pesquisa. Desde simples projetos
para a conclusão da graduação, os projetos de mestrado e doutorado até os
projetos mais complexos nas atividades profissionais.
Atualmente não é
suficiente o domínio de conteúdos, das técnicas e dos procedimentos
laboratoriais próprios da atividade de cada profissional. É necessário também o
domínio das metodologias aplicadas na solução dos problemas enfrentados por
outros profissionais. Os chamados aspectos conceituais e metodológicos
relativos a todas as ciências relacionados à forma de sistematização da
pesquisa científica, a maneira própria da comunicação científica e a própria
função da pesquisa científica e do pesquisador na sociedade atual. São os
epistemólogos que tratam dessas questões.
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